E ABRIRAM BRECHAS PARA BEBER ÁGUA
2024
Instalação, Vídeo
Barro cru, fibra de vidro, cabo de aço.
Dimensões variadas.
A instalação "E abriram brechas para beber água" é composta por peças em barro cru e fibra de vidro e uma projeção de vídeo que desenvolve o processo de secagem da argila líquida sobre a pele. O barro é usado em seu estado mais frágil, sem cozer, e se agarra à trama de vidro, o esqueleto que o sustenta, ora de maneira sólida e firme, ora com pouco contato, quase a romper. Essas formas, ao evocar cascas, peles ou ruínas, e em composição com o vídeo, conversam com o conto "O Jardim Sonoro", do escritor Tonino Guerra, que cria uma fábula sobre territórios de abandono, onde outrora encontravam água nas fissuras dos troncos de árvores sonoras. A trilha que acompanha o vídeo e preenche o ambiente da instalação percorre essa história da transição do tempo da água, presente na matéria e no mito, e foi concebida pelo músico Felipe Neiva, convidado a compor para este projeto. A própria obra se considera em transição, não só pelos estágios de secagem do barro, que impõem novas configurações às peças, mas pelos gestos de reidratação, que são trazidos na performance "Fissura", realizada no contexto da instalação.
Montagem e produção: Samir Bichara e equipa CCBB








